O mapa da colheita é a informação mais
completa para se visualizar a variabilidade espacial das lavouras. Várias
outras ferramentas têm sido propostas para se identificar as manchas existentes
em um talhão. É assim que as fotografias aéreas, as imagens de satélite, a
videografia e outros têm sido testados e utilizados. Todas têm seu potencial,
porém, o mapa de produtividade materializa a resposta da cultura com a melhor
exatidão possível, considerando as tecnologias existentes para a sua
mensuração.
No final dos anos 1980 surgiram as
primeiras tentativas de se medir o fluxo de grãos em colhedoras de cereais e o
primeiro monitor de colheita surgiu no mercado em 1991, na Europa. Uma
característica importante é a presença de dois grupos distintos. O primeiro
deles é aquele formado pelos equipamentos das empresas de fabricantes das
colhedoras e são fornecidos de fábrica. O outro grupo é de fabricantes de
equipamentos próprios para a instalação em qualquer marca e modelo de
colhedora.
O mapa de produtividade de um talhão é
um conjunto de muitos pontos e cada ponto representa uma pequena porção da
lavoura. Para se saber qual a quantidade de grãos colhidos é utilizado um
sensor de fluxo no elevador de grãos limpos da colhedora. Para que o mapa
represente grão seco (padrão comercial) é necessário medir a umidade com que
está sendo colhido e para isso é utilizado um sensor específico, normalmente
entre o meio e a saída do elevador. A largura do retângulo é a largura da
plataforma da colhedora e o comprimento é a distância percorrida pela máquina
durante um período de tempo pré-determinado, normalmente de um a três segundos.
A posição do ponto é obtida por meio de um receptor de GPS que dá o
posicionamento correto da latitude e da longitude da máquina.
Os dados são instantaneamente
armazenados em algum dispositivo de memória no monitor propriamente dito
(computador de bordo dedicado). A forma dos arquivos gerados é particular para
cada fabricante e pode ser visualizada como mapa. O mapa é um conjunto de
pontos; aqueles pontos delimitados por uma área de alguns metros quadrados
composta pela largura da plataforma e a distância percorrida entre duas
leituras. A montagem do mapa nada mais é do que o gráfico que contem cada um
daqueles pontos num sistema cartesiano, onde o eixo “x” é a longitude e o eixo
“y” é a latitude. Basta que se escalonem os pontos em diferentes cores ou tons
para diferentes valores de produtividade, obtidos naquela tabela de dados gerados
no campo. Essa é uma das formas de se visualizar o mapa. Outra forma bastante
comum é a representação do mapa por linhas de “iso-produtividade”, ou seja,
isolinhas que delimitam regiões com produtividades dentro de um mesmo
intervalo. Para se obter esse mapa é apenas necessário se manipular alguma
função específica do software de mapa que acompanha o monitor ou a colhedora.
Por trás de tudo isso existe um método de interpolação entre os pontos e de
atenuação das pequenas variações locais.
Os dados coletados apresentam suas
limitações e erros e é sempre necessário um tratamento preliminar antes de
transformá-los em um mapa para análise e tomada de decisões. Tais erros são
intrínsecos ao processo de geração dos dados e às limitações dos sistemas e não
devem ser motivo para descrédito, apenas uma preocupação e uma tarefa
(obrigatória) a mais. Além disso, a manipulação de alguns parâmetros de construção
do mapa é de extrema importância para uma boa visualização. Se forem atribuídos
intervalos de produtividades sem muito critério pode-se esconder informações
importantes de manchas na lavoura. Todos os programas de visualização de mapas
permitem alguma forma de manipulação desses parâmetros.
A calibração é um processo que depende
de cada equipamento, mas basicamente é necessário se transformar o número
gerado pelo sensor de fluxo em um valor equivalente ao que a balança demonstra.
Se o sensor tem boa linearidade e está ajustado para a máquina e o produto que
está sendo colhido, a calibração será um processo de ajuste entre o que de fato
está sendo colhido (peso da balança) e o que o monitor está mostrando.
Normalmente uma sequência de pesagem de alguns tanques graneleiros cheios é
suficiente para se calibrar a máquina para um novo produto, lembrando que é
importante repetir a calibração sempre que se mudar de cultura.
Os mapas de produtividade são de
primeira importância, não somente porque mostram a variabilidade das lavouras,
mas também porque numa abordagem mais correta para a recomendação de adubação
do ciclo seguinte, leva-se em consideração a produtividade da cultura anterior
para se fazer a reposição dos nutrientes extraídos. Isso significa que não
basta a amostragem georreferenciada do solo, que somente considera os teores de
nutrientes disponíveis no solo. Trata-se de uma estratégia que demanda tempo
para a construção de um consistente conjunto de dados, mas a solução é
proporcionalmente mais acertada por considerar também a variabilidade da
produtividade da lavoura e não apenas aquela do conteúdo de nutrientes no solo.
Muitas das demais culturas já têm
solução comercial para a geração de mapas de produtividade. No caso da
cana-de-açúcar, no Brasil já existem produtos tanto para colheita mecanizada
como para corte manual. Também existe solução comercial para o café em colheita
mecanizada e algumas soluções práticas para os citros.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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