É importante não esquecer que o sistema
da Agricultura de Precisão só funciona se houver quem saiba fazer o sistema
funcionar e o sistema só funciona com dedicação e organização, especialmente no
que diz respeito aos dados gerados que devem ser rigorosamente analisados e
armazenados. Essa é a tarefa que poucos agricultores se dão ao luxo de fazer e
nesses casos a solução é ir em busca de quem sabe e pode ajudar.
O tamanho da propriedade ou das áreas
não é o mais relevante. Desde que se possa amortizar o valor dos equipamentos,
tê-los na fazenda é sempre mais recomendável. Mas a terceirização da aplicação
dos produtos em taxa variável também é uma opção, se houver esse tipo de
serviço na região.
Para o caso de não se ter nem um e nem
outro, ainda resta a opção da aplicação de calcário e adubos por zonas
previamente demarcadas na lavoura. Nesse caso a aplicação não vai ficar tão bem
distribuída porque serão aplicadas doses constantes dentro de cada zona e tem
que haver nova regulagem para cada uma. Esse é o papel do controlador
eletrônico que automatiza todo esse processo.
O maior impulso que a Agricultura de
Precisão teve, sem dúvida, foi com o surgimento do GPS, que, com a existência
do GLONASS (Rússia) e o anúncio de outros sistemas como o Galileo (União
Européia) e Compass (China), dão origem à sigla GNSS ou Sistemas de Navegação
Global por Satélites. Os primeiros usuários de tecnologia GPS na agricultura
brasileira não foram especificamente para AP, mas sim na aviação agrícola, a
partir de 1995. Nessa época, a única maneira de poder utilizar GPS era com
alguma forma efetiva e prática de correção diferencial em tempo real. Esse
sinal era suprido pelos próprios usuários a partir de estações temporariamente
estacionárias, equipadas com rádio transmissor e em 1997 surgiram os serviços
de correção via satélite, com sinal pago.
Os dispositivos popularmente conhecidos
como “barra de luz” tiveram inicialmente grande expansão na aviação agrícola e
depois na pulverização terrestre e hoje são largamente utilizados para
direcionamento em passadas paralelas em várias operações que não exigem
precisão com erros menores que 0,3 m entre passadas. Tais dispositivos, para
oferecer essa precisão, exigem um receptor de GPS com boa especificação,
normalmente não compatível com aqueles que equipam os controladores de taxa
variável, por exemplo. A evolução natural para a orientação em faixas paralelas
com as “barras de luz” deu origem aos sistemas de auto-esterçamento ou piloto
automático. Estudos sobre veículos autônomos agrícolas, principalmente
relacionados ao desenvolvimento do sistema de piloto automático surgiram no
início de 1960, apesar disso, apenas mais recentemente eles têm sido
desenvolvidos com sucesso.
O sistema de auto-esterçamento propicia aumento
da capacidade de cultivar mais áreas com o mesmo maquinário em razão do aumento
do número de horas trabalhadas devido ao menor cansaço, à maior velocidade
alcançada e à redução da sobreposição. Também permite praticar o controle de
tráfego das operações em campo, que é a organização e controle criterioso das
passadas de máquinas sobre o solo das lavouras de forma organizada para
minimizar a compactação, concentrando-a em locais que podem depois ser
manejados localizadamente. Essa automação, ligada à orientação e
auto-esterçamento de veículos tem um significado muito expressivo para a
agricultura porque provavelmente marca o início de uma jornada que não se sabe
exatamente onde vai chegar, mas certamente vai fomentar definitivamente a
robótica aplicada à agricultura.
Fonte: Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
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